Durante mais de um mês, as atletas que representam a instituição disputaram o troféu com sete equipas em competição, marcando mais de 45 golos.
“Foram os melhores resultados dos últimos seis anos”, congratulou-se o treinador e diretor-geral da Misericórdia de Condeixa-a-Nova. A vitória partilhada com as doze atletas, com idades compreendidas entre os 18 e 40 anos, foi celebrada por colaboradores, utentes e comunidade, no geral. Não fosse este o equivalente ao “campeonato do mundo” em Condeixa-a-Nova.
De ano para o ano, a “festa do futsal” ganha projeção no concelho e as finais são mais disputadas, comprovando o empenho crescente das entidades participantes. Prova disso são os números registados pela autarquia na edição de 2017: mais de 600 adeptos nas finais de seniores masculinos e “milhares de pessoas” num mês e meio de competições. “As pessoas vivem muito intensamente o torneio, o pavilhão está sempre cheio”, constata o treinador da equipa da Misericórdia, Jorge Costa.
A criação de uma equipa futsal, embora invulgar no seio das Misericórdias, foi motivada pelas funcionárias da creche da instituição, em 2012. “A nível competitivo era um desastre porque tinham pouca preparação física e lesionavam-se com frequência”. Por isso, o treinador decidiu alargar as inscrições a familiares e amigos com experiência na modalidade, dentro dos limites impostos pelo regulamento do torneio (é permitido incluir até quatro pessoas de fora do concelho).
Entretanto, a chegada de três jogadoras federadas (divisões distrital e nacional) veio melhorar a qualidade técnica do grupo desportivo. Isa Fontes diz “já não há verões sem o Torneio Interassociações de Futsal (TIA) ” e na edição de 2017 foi eleita a segunda melhor marcadora, com 12 golos. Aos 26 anos, aproveita a interrupção da época desportiva - Campeonato Nacional de Futsal - para se dedicar a este torneio local, deslocando-se mais de 150 quilómetros, desde Tábua, para representar a Santa Casa em campo.
Fora das quatro linhas, os colaboradores e utentes acompanham as vitórias da equipa com entusiasmo, através dos resultados afixados nos equipamentos ou presencialmente no pavilhão municipal. Antes de cada jogo, as cozinheiras da instituição preparam um farnel guarnecido com petiscos variados e o grupo de adeptos, constituído por familiares e colaboradores das respostas sociais, une esforços para acicatar o ânimo das jogadoras.
Este “espírito de equipa e partilha” extravasa o domínio desportivo, estando presente nos vários equipamentos da instituição, desde as creches aos lares de idosos. Os mais pequenos demonstram o seu apoio elaborando cartazes para a claque desportiva e um dos seniores acompanha os resultados nas redes sociais.
Enquanto não chega a próxima edição, atletas e treinador festejam a vitória como podem. “Pela primeira vez, em seis anos, vamos juntar a claque e as jogadoras num jantar comemorativo, que terá lugar em Setembro no centro de dia, como forma de agradecimento e de reconhecimento”, conclui Jorge Costa.