Aludindo às reflexões que integram a obra-tributo, enaltecemos as mulheres que são “rosto de políticas sociais concretas” (Ana Mendes Godinho), e “presença ativa e, não raro, inovadora e determinante na vida passada, presente e futura das Misericórdias” (Vítor Melícias), as mulheres que são a “corporização da esperança da humanidade” e “heroínas desta nossa nova história coletiva” (Maria Amélia Ferreira) e que encontram na economia social e solidária um “terreno fértil” para desenvolver a sua vida profissional (Isabel Figueiredo).
A enriquecer esta reflexão, Maria de Belém Roseira dá visibilidade a uma mulher que está na génese deste movimento secular, Rainha. D. Leonor, e presta-lhe a sua homenagem enquanto “vanguardista dos direitos humanos” e fundadora de “uma das mais antigas e notáveis instituições portuguesas”.
Como lembra a historiadora Maria Antónia Lopes, na obra, desde a sua origem, a ação das Misericórdias não teria sido possível sem as mulheres”, seja a cuidar dos enfermos nos hospitais, a assistir os presos, socorrer os enjeitados e acolher jovens em recolhimentos.
Menos conhecido é o papel das mulheres como figuras centrais de benemerência, que, revendo-se nos ideais, missão e trabalho desenvolvido nas comunidades, “confiam toda a sua existência e legado de suas famílias” a estas instituições (Mariano Cabaço).
'Misericórdias no Feminino' destaca os rostos femininos que lideram as Misericórdias, a partir de textos técnicos e notas biográficas das 69 provedoras em funções no ano de 2021, e está disponível na íntegra no site da UMP.
Ilustração: Paulo Buchinho.