O evento inaugurou o programa de três dias sob o Alto Patrocínio da Presidência da República, seguindo o discurso inaugural do Presidente da República e um recital do pianista Vasco Dantas, e merecendo, além disso, honras de ser apresentado no palco principal do recinto.
A sessão teve início com uma intervenção de Inez Dentinho, que destacou o papel de Pedro Santana Lopes na criação do FRDL em 2014. A membro do Conselho de Gestão do FRDL contou como o então provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) à altura abraçou essa tarefa difícil, “em pleno período de intervenção externa”, sabendo que “os problemas não acabavam nas portas de Benfica e foi preciso ajudar as Misericórdias congéneres”, o que “nunca tinha acontecido de uma forma metódica e com regras”.
Antes de se ausentar para visitar uma a uma as bancas da Festa do Livro, o anfitrião, Marcelo Rebelo de Sousa, deixou uma concisa reflexão sobre o trabalho do FRDL no universo das Misericórdias e no universo português, tendo edificado “uma forma muito feliz de dar sentido nacional a uma rede de apoio a partir da SCML”. Ao valorizar o trabalho destas instituições que “aguentam o tecido social”, o Presidente teve em conta o papel que estas desempenham no setor da saúde: “Em período de emergência eu abro a televisão e quem é que eu vejo? Vejo o governo a visitar uma unidade que está a dar uma resposta. De que setor? Setor social”.
Para o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel de Lemos, “este passo que o Estado nos pede para dar no sentido de cada vez mais ajudarmos a saúde dos portugueses” é uma outra via, um outro exemplo em relação ao trabalho retratado pelo livro. “Uma obra que é um exemplo de todos em conjunto”, afirmou o responsável, lembrando que “o financiamento do Fundo nasce nos prémios não reclamados pelas pessoas” e que, passada uma década da sua criação, já apoiou 143 projetos por todo o país.
Seguiu-se a intervenção do atual provedor da SCML. Paulo Sousa renovou o seu compromisso para com a missão de “servir as boas causas” e “continuar a preservar aquilo que é a tradição de vários séculos”. “Amanhã, independentemente de o caminho ser mais difícil, não será diferente. Continuaremos este objetivo e este esforço que todos aqueles que nos precederam desenvolveram e cabe a nós, na prática, continuar a honrar.”
O provedor realçou ainda a importância de que todos os projetos apoiados pelo Fundo “têm impacto direto nas comunidades de norte a sul do país”, sem esquecer que “o património, quer seja material ou imaterial, é a base de podermos edificar um futuro mais justo, mais humano e mais inclusivo.”
O Fundo Rainha Dona Leonor conta hoje com um investimento superior a 23 milhões de euros: em 115 projetos na área social e, a partir de 2017, em 28 trabalhos na área da recuperação do património. Ao todo, foram 143 as Misericórdias apoiadas por esta iniciativa conjunta da SCML e da União das Misericórdias Portuguesas.
Voz das Misericórdias, Duarte Ferreira