Não será só ser o tempo da pandemia de Covid-19, no esforço realizado por todos no seu combate e na defesa da vida que aqui é salientado, mas, antes, o consequente trabalho realizado, todos os dias, desde 1498, pelas sucessivas gerações de dirigentes das Misericórdias portuguesas.
Quis o destino que seja neste ano, de 2021, que todos os nossos utentes, os profissionais e os voluntários que aqui se acolhem, desenvolvem e se projetam na defesa desse nobre ideal da solidariedade vejam assim reconhecido este trabalho.
Estou convicto que se faz justiça a uma certeza que um dia ouvi a um comissário europeu, por acaso irlandês, que dizia: se o exemplo das Misericórdias portuguesas fosse alemão teria sido adotado pela Europa.
Não foi adotado, mas começa agora a ser compreendido e, talvez, consiga ainda ir a ter tempo para fazer a sua escola.
Complementando o papel do Estado, as Misericórdias explicam que não existe um completo Estado social sem o seu ativo papel. No dia a dia, neste país, no canto mais ocidental da Europa, todos trabalham em prol de uma ideia comum: o serviço ao outro. Isto, na linguagem técnica do Estado social, significa prestar um serviço que permita fazer chegar a solidariedade mais longe e torná-la mais próxima.
Numa Europa a viver tantos desafios e a ter de afirmar a sua sustentabilidade social, a UMP mostrou como se pode fazer mais e melhor pelo outro. O caso dos refugiados que, todos os dias, querem assolar à Europa para aqui viver no seu estado de bem-estar e de conforto, parece ser um caso de boas práticas onde poderá, a Europa, aproveitar o papel das Misericórdias portuguesas.
Desejamos que a confiança da Europa seja também compreendida pelo governo português.
Parabéns à UMP e ao seu Secretariado Nacional.
António Tavares, presidente do Conselho Fiscal da UMP