A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) manifesta o seu pesar pela morte de duas figuras relevantes no universo das Misericórdias. Leopoldo da Cunha Matos (1923-2018) e Noémia Carneiro (1953-2018) foram homenageados pelas comunidades a que se dedicaram grande parte da sua vida, em cerimónias realizadas no decorrer do mês de novembro.

Noémia Carneiro exercia funções como provedora da Misericórdia de Guimarães, desde 2004, e integrava o Secretariado Regional da UMP de Braga, desenvolvendo a sua atividade profissional na Universidade do Minho (Departamento de Engenharia Têxtil). 

Destacou-se, desde cedo, pela intervenção em associações locais juvenis, integrando durante mais de 20 anos consecutivos os órgãos sociais da MURALHA - Associação de Guimarães para a defesa do Património, onde se dedicou à valorização do património concelhio.

Numa nota informativa, a autarquia destacou a sua “competência técnica, humanismo, espírito modernizador e idealismo social” e o papel determinante ao nível da “modernização das práticas de gestão [da Santa Casa], conservação e recuperação do edificado patrimonial, sustentabilidade e humanização dos cuidados prestados aos utentes”.

Novembro ficou igualmente marcado pelo desaparecimento de uma figura ímpar para a história da União das Misericórdias Portuguesas e também das Santas Casas de Coimbra e Viseu. Leopoldo da Cunha Matos foi provedor das Misericórdias de Coimbra e Viseu durante 15 anos, tendo sido também um dos maiores impulsionadores da criação do segundo centro de deficientes profundos da UMP (Centro Santo Estêvão em Viseu).

Engenheiro de profissão, Leopoldo Cunha Matos desempenhou um papel ativo em diversas entidades do setor social, como a Caritas e o Banco Alimentar contra a Fome, entre outros, e do setor público. Em 1974 era governador civil do distrito de Coimbra.

Em 1998, foi feito Grande-Oficial da Ordem do Mérito pelo Presidente Jorge Sampaio na sessão de encerramento do Congresso Extraordinário e Mundial das Misericórdias. Recebeu igualmente a medalha de mérito da UMP.


Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas