Portugal vai ter um centro de formação específico para a economia social, no âmbito de um acordo assinado, a 11 de janeiro, em Lisboa, pela União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e restantes membros do Conselho Nacional para a Economia Social (CNES). O Acordo de Formação Profissional e Qualificação da Economia Social prevê a definição de currículos e programas de formação que respondam às necessidades de qualificação, valorização e formação contínua dos dirigentes, trabalhadores e voluntários do setor.

Durante a sessão, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social afirmou tratar-se de um “dia histórico, mas também de enorme esperança” por se tratar do “primeiro centro de competências da economia social a nível europeu”, enquadrado no Plano de Ação Europeu para a Economia Social, recentemente aprovado pela Comissão Europeia. 

Ana Mendes Godinho considera que esta é uma oportunidade para a economia social valorizar o “capital social” das organizações e servir de exemplo na forma como valoriza os seus trabalhadores. “A economia social mostra que é um exemplo de trabalho digno, sustentável, de estabilidade nas relações laborais e de trabalho inclusivo, desde as pessoas com deficiência, migrantes, homens e mulheres”.

Na abertura da sessão, o presidente da Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES), Eduardo Graça, destacou ainda o simbolismo deste compromisso que “permitirá estruturar, de forma duradoura e em parceria, a política pública de formação profissional e de capacitação para o setor” e simultaneamente responder a “necessidades permanentes de formação, atualização de conhecimentos e competências,” através do aumento e flexibilização da oferta especializada, em áreas como o cuidado aos idosos, gerontologia, economia verde e digital.

Para assinar o acordo, no Centro Cultural Brotéria, em Lisboa, esteve presente José Rabaça, tesoureiro do Secretariado Nacional, em representação da UMP. 

Este centro de competências da economia social vai ser instalado na Guarda e será gerido numa parceria entre o IEFP, a CASES e o Centro de Estudos Ibérico da Guarda. No mesmo dia foram protocolados, em Lisboa, quatro centros de formação, no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência, com um investimento previsto de cerca de 60 milhões de euros.