Vítor Melícias, presidente honorário da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), tomou posse como académico de número da Academia Internacional da Cultura Portuguesa (AICP), a 12 de dezembro, numa cerimónia onde proferiu uma conferência intitulada “Dia da Consciência e o Humanismo Universalista Lusófono em Aristides de Sousa Mendes e Luís Souza Dantas”. A tomada de posse aconteceu na Sociedade de Geografia de Lisboa, em Lisboa, na presença de vários dirigentes da UMP e Liga dos Bombeiros Portugueses, do arcebispo de Mérida-Badajoz, amigos e outros académicos.

Em nome da Academia Internacional da Cultura Portuguesa, Maria Regina de Mongiardim deu as boas-vindas ao novo académico de número e considerou tratar-se do “reconhecimento formal do mérito do Reverendo Padre Doutor Vítor Melícias, que sempre se destacou pelo seu interesse nesta academia, pela presença assídua nas nossas atividades, pela sua generosidade, prestígio e currículo inigualável”.

A académica destacou ainda o vasto percurso desta “insigne figura do sacerdócio e da sociedade portuguesa, que perdurará na memória da academia e de tantas outras instituições, em particular as de solidariedade social e de proteção civil”. Enalteceu ainda a forma como, a longo da sua vida e obra, se orientou pelos “mais nobres valores cristãos, em prol do bem público, da democracia, do conhecimento e da humanidade”.

Na sua intervenção, Vítor Melícias invocou duas “figuras de referência do humanismo lusófono”: Aristides de Sousa Mendes (1885-1954), que “salvou a vida de milhares de judeus perseguidos”, enquanto cônsul em Bordéus, e Luís Souza Dantas (1876-1954), embaixador brasileiro, que concedeu vistos para o Brasil a vários judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Sem se conhecerem, os dois diplomatas, “reconhecem, nos processos de que são vítimas, que a sua consciência cristã é a razão do seu proceder”.

Invocando o legado das duas figuras lusófonas, o recém-nomeado académico de número convidou todos “seguir esta consciência universal num mundo de globalização desumanizada”.

Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas