Em nome da Academia Internacional da Cultura Portuguesa, Maria Regina de Mongiardim deu as boas-vindas ao novo académico de número e considerou tratar-se do “reconhecimento formal do mérito do Reverendo Padre Doutor Vítor Melícias, que sempre se destacou pelo seu interesse nesta academia, pela presença assídua nas nossas atividades, pela sua generosidade, prestígio e currículo inigualável”.
A académica destacou ainda o vasto percurso desta “insigne figura do sacerdócio e da sociedade portuguesa, que perdurará na memória da academia e de tantas outras instituições, em particular as de solidariedade social e de proteção civil”. Enalteceu ainda a forma como, a longo da sua vida e obra, se orientou pelos “mais nobres valores cristãos, em prol do bem público, da democracia, do conhecimento e da humanidade”.
Na sua intervenção, Vítor Melícias invocou duas “figuras de referência do humanismo lusófono”: Aristides de Sousa Mendes (1885-1954), que “salvou a vida de milhares de judeus perseguidos”, enquanto cônsul em Bordéus, e Luís Souza Dantas (1876-1954), embaixador brasileiro, que concedeu vistos para o Brasil a vários judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Sem se conhecerem, os dois diplomatas, “reconhecem, nos processos de que são vítimas, que a sua consciência cristã é a razão do seu proceder”.
Invocando o legado das duas figuras lusófonas, o recém-nomeado académico de número convidou todos “seguir esta consciência universal num mundo de globalização desumanizada”.
Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas