De acordo com nota da CCA de Torres Vedras, o prémio visa distinguir um “homem da nossa terra, figura incontornável dos últimos anos da história nacional” pelo contributo que tem dado para as questões relacionadas com solidariedade e economia social. “Munido da honestidade e da verdade, mas também de uma alegria e esperança que lhe são peculiares, tem prestado um enorme contributo social junto da nossa comunidade, nesta terra que lhe é tão querida”, remata a nota.
Segundo o presidente do conselho de administração da CCA, Manuel José Guerreiro, “com esta distinção, invocamos o padre Vítor Melícias que desde os anos 60 trabalha temas inerentes à economia social e que, com visão e resiliência através dos seus escritos, promove futuro mais justo e mais solidário”. Ainda nas palavras do mesmo responsável, este prémio visa reconhecer e valorizar ações que, “através de práticas éticas e inovadoras, fortalecem a coesão social, promovem a inclusão e incentivam o empreendedorismo no setor da economia social”.
A propósito da distinção que recebeu, Vítor Melícias destacou a importância de uma sociedade justa e solidária, lembrando que devemos acreditar sempre no futuro, mesmo nos momentos mais difíceis.
Recorde-se que Vítor Melícias foi presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) durante 15 anos. O seu primeiro mandato começou em 92. Foi reeleito quatro vezes até que, em 2006, foi sucedido pelo atual presidente da UMP, Manuel de Lemos.
No âmbito das Misericórdias, a primeira intervenção concreta em torno do tema da economia social teve lugar em 1985, por ocasião do II Congresso Internacional, subordinada ao tema ‘As Misericórdias: ontem, hoje e amanhã’, nas Caldas da Rainha. Na comunicação que apresentou ao congresso, Vítor Melícias destacou que as Misericórdias “são organizações de pessoas (que não de capitais)”, que “talham as suas atividades em função do espírito solidário por que nasceram”.