Para o provedor anfitrião, Júlio Mesquita, trata-se de um número notável.
Durante a reunião, onde também participam membros do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), a sustentabilidade e outros temas transversais às instituições marcaram a agenda do debate. Segundo Manuel de Lemos, presidente da UMP, todo o setor solidário atravessa um período complicado e, para já, não há fim à vista. Por isso, referiu, importa encetar todos os esforços no sentido de “aumentar a importância do nosso percurso, reforçando ainda mais a nossa credibilidade e afirmando os valores que orientam a nossa atividade”.
Por isso, continuou o presidente, “temos de ser rigorosos com a gestão” mas temos igualmente de “estar capacitados com informação sobre a nossa atividade” para “sermos cada vez mais incontornáveis na sociedade portuguesa”. As declarações surgiram no âmbito da apresentação da plataforma SINERGi que visa apoiar a gestão nas Misericórdias.
Para Manuel de Lemos, esta plataforma representa um “projeto estruturante” para que as Santas Casas sejam capazes de capacitar a sua estrutura interna mas também “reforçar e dar mais visibilidade ao papel imprescindível que têm na sociedade portuguesa”.
O atual quadro comunitário de apoio foi igualmente tema de debate entre o Secretariado Nacional e os Secretariados Regionais de Aveiro, Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila Real. Neste âmbito, o presidente da UMP informou que a União está a fazer diligências junto da União Europeia para apurar se as Misericórdias poderão concorrer, em parceria com outras entidades e/ou países, a programas do quadro Europa 2020.
Durante a reunião que decorreu em Penafiel outras questões determinantes para as Misericórdias foram discutidas. Uma delas foi apresentada pelo vice-presidente e coordenador da comissão executiva da UMP. Carlos Andrade falou aos dirigentes presentes dos desafios relativos ao serviço de apoio domiciliário. Num quadro de envelhecimento da população, as Misericórdias, que apoiam milhares de idosos no país, têm de refletir sobre as melhores respostas para a terceira idade.
Carlos Andrade deu ainda conta aos presentes de que as Misericórdias podem proceder à assinatura da revisão dos acordos de cooperação em baixa. Segundo o vice-presidente, os serviços da Segurança Social garantiram à União que a reafectação das verbas está garantida e assegurada conforme as normas em vigor para a cooperação entre Estado e setor solidário.
Outro tema em cima da mesa foi a contratação. Segundo Fernando Cardoso Ferreira, vogal do Secretariado Nacional pelo Gabinete de Assuntos Jurídicos e também, provedor da Santa Casa de Setúbal, o novo acordo coletivo de trabalho, que entrará em vigor a partir de dezembro deste ano, resulta de largos meses de negociação com sindicatos e vai abranger cerca de 25 trabalhadores.
Segundo o dirigente, cerca de 200 Misericórdias subscreveram o anovo acordo que é “um sinal claro de que estas instituições, apesar das dificuldades de ordem financeira e económica, estão preocupadas com os seus colaboradores” que tinham os salários congelados desde 2010.
Após a reunião e porque reuniões desta envergadura também representam boas oportunidades para o convívio, a Santa Casa da Misericórdia de Penafiel serviu um almoço a todos os presentes.
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