​Apoiar de forma correta a tomada de decisão nas Misericórdias é um dos principais objetivos da plataforma de gestão SINERGi.

​Sem acréscimo de trabalho para os colaboradores e sem alterações de processos de gestão e sistemas informáticos, esta iniciativa está aos poucos a ser implementada nas Misericórdias.

O sistema foi especialmente desenhado para as Misericórdias. Tem indicadores de gestão para todas as respostas sociais, das estruturas residenciais para pessoas idosas (ERPI) às cantinas sociais, para unidades de saúde e contempla ainda ferramentas para gestão financeira e de recursos humanos.

Segundo José Carlos Azevedo, CEO do projeto, o objetivo é “promover um uso eficiente dos recursos disponíveis, manter a integridade, avaliar performance e monitorizar o risco”, mas também “promover a partilha do conhecimento, mantendo a autonomia de cada uma das Misericórdias”.

Todos os dados são confidenciais e não precisam de ser inseridos por um colaborador. Através de ligações aos sistemas informáticos existentes, a plataforma apresenta sempre dados atualizados sobre o funcionamento das instituições.

Além disso, a plataforma está preparada para gerar médias gerais que podem ter duas mais-valias. Por um lado, a comparação.

 

Através deste sistema, cada Misericórdia poderá ter acesso aos indicadores por tipologia, por região, por utentes, entre outros, e, desta forma, perceber de que forma está posicionada no universo global e, se necessário, encetar esforços para fazer ajustes.

 

Por outro lado, esses mesmos indicadores poderão ser determinantes para o trabalho realizado pela União das Misericórdias Portuguesas no que respeita às negociações com o governo sobre comparticipações mas também sobre novas respostas a novos desafios.

Ao apoiar milhares de idosos em todo o território nacional, por exemplo, as Misericórdias são detentoras de informação privilegiada sobre o envelhecimento no país. Idosos autónomos, dependentes, com demências, rácios de utentes e colaboradores, custos associados, etc, são aspetos relevantes para a construção de uma estratégia nacional capaz de preparar o país para as consequências da evolução demográfica.

Contudo, reforçou José Carlos Azevedo, os indicadores gerais serão tão mais fidedignos quanto maior for o número de Misericórdias envolvidas nesta plataforma. “A união faz a força”, disse.

Intuitiva e com uma encriptação das mais seguras do mercado, esta plataforma já está a funcionar em algumas Misericórdias. Os contratos têm duração de cinco anos e contemplam não só apoio de helpdesk, como também as adaptações que eventualmente sejam necessárias. Novas respostas sociais, por exemplo, serão rapidamente inseridas no sistema para que possam ser monitorizadas por diretores responsáveis e provedores. Os serviços asseguram ainda a prevenção e resolução de problemas na plataforma.

Para José Carlos Azevedo, esta plataforma pode ainda ter um impacto importante na notoriedade das Misericórdias junto da opinião pública. Além de “considerar oportunidades, criar sinergias e processos comuns, este projeto favorece a tomada de boas decisões e melhora a visibilidade e a notoriedade das Santas Casas” que através de um instrumento de gestão comum podem dar um sinal de modernidade e profissionalismo à comunidade.

Para o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, esta iniciativa vem dar resposta ao que tem dito muitas vezes: “temos de fazer misericórdia com a atividade e não com a gestão. Através da boa utilização de todos os recursos podemos apoiar mais e melhor as pessoas que procuram as nossas casas e, desta forma, reforçar ainda mais a imprescindibilidade da nossa ação na sociedade portuguesa”.

Consulte aqui a edição de Outubro do jornal "Voz das Misericórdias".