“É para nós um grande motivo de orgulho fazermos parte desta comunidade, que longe de ser uma comunidade fechada, é uma comunidade aberta à sociedade e aquela que mais conhece os problemas da sociedade”. Com estas palavras, Maria Amélia Ferreira agradeceu à Santa Casa da Misericórdia da Trofa a concessão da qualidade de Irmã Honorária à União das Misericórdias Portuguesas. Na cerimónia que assinalou o 23º aniversário da Misericórdia da Trofa, foram entronizados novos irmãos e homenageadas personalidades e entidades que têm colaborado com a instituição trofense. D. Manuel Linda, bispo do Porto, presidiu à eucaristia comemorativa.

“O sentido da solidariedade, do amor fraterno, da paz, da confiança mútua… as Santas Casas não são as únicas a ter esta ordem de valores, mas fazem-no sem sentido de lucro, ao contrário do que acontece com outros países da Europa que comercializam e tornam mercantilista situações de carência e fragilidade”. As palavras são de D. Manuel Linda, que elogiou e agradeceu, por várias vezes, o trabalho desenvolvido pelas Misericórdias espalhadas por todo o país e, em particular, à aniversariante trofense.

Para o bispo do Porto, o trabalho desenvolvido é pura “caridade cristã”. Do mesmo modo, Maria Amélia Ferreira, presidente do Secretariado Regional do Porto em representação do Secretariado Nacional da UMP, corroborou a opinião do prelado ao enfatizar os valores que pautam as Misericórdias. “São os valores que pautam estas instituições. Este setor tem sido absolutamente crucial nestes dois últimos anos de pandemia, mostrando que sem o setor social não teria sido possível manter as vidas que se mantiveram, nem dar qualidade de vida até ao final daqueles que a perderam”.

A meio de um mandato social, que termina em 2024, o provedor Alfredo Gomes confessou estar “feliz e muito honrado” por estar “acompanhado por pessoas que, com o seu trabalho, empenho e dedicação, estão comprometidas com os objetivos propostos”, afirmou.

Nos últimos dois anos a Misericórdia trofense tem desenvolvido obras de melhoria nos mais diversos setores e, no futuro, perspetivam-se investimentos na ordem dos seis milhões de euros. “Cada vez é mais difícil liderar este tipo de instituições, mas simultaneamente é cada vez mais desafiante. As organizações do terceiro setor, nas quais nos incluímos, são verdadeiramente instituições do primeiro setor pelo papel insubstituível que desempenham enquanto parceiros do Estado”, concluiu o provedor.

Presente na cerimónia em representação do Secretariado Nacional da UMP, Maria Amélia Ferreira recebeu três diplomas: um em nome da UMP (concessão de Irmã Honorária pelo apoio prestado à Misericórdia da Trofa), outro em nome do Secretariado Regional do Porto e, por último, outro a título pessoal (concessão de irmã da Santa Casa).

Sobre as três distinções, esta responsável deixou uma promessa sem hesitar. “Aos três níveis daremos o máximo de apoio àqueles que sabemos que cumprem com o que são as missões da Misericórdia – as obras espirituais e corporais -, e seremos exemplo para todos, como já o fomos ao longo dos últimos dois anos. As Misericórdias estiveram na linha da frente no combate à Covid-19 e agora na recuperação pós-Covid”, enfatizou.

A terminar as palavras de agradecimento, a provedora da Misericórdia do Marco de Canaveses destacou a “fibra” de todos quantos abraçam esta causa: “Somos o exemplo de quem não desiste e de quem arregaça as mangas para resolver os problemas que não são problemas apenas nossos, mas são problemas de todos”.

Fundada em 1999, a Misericórdia da Trofa apoia diariamente mais de 800 pessoas, contando para o efeito com cerca de 140 trabalhadores.


Voz das Misericórdias, Paulo Sérgio Gonçalves