A Diocese do Porto fica mais pobre com o desaparecimento de uma figura ímpar da sociedade portuguesa que soube dar voz aos “sem voz” na procura da salvaguarda e defesa da dignidade humana em favor dos mais pobres e desprotegidos.
D. António Francisco dos Santos soube guiar o povo de Deus como Pastor ao dedicar a sua vida ao serviço da Igreja portuguesa, com especial ênfase tanto como Bispo de Aveiro, como Bispo do Porto e que fora eleito para presidir a Comissão da Pastoral Social e Mobilidade Humana da Conferência Episcopal Portuguesa.
Destaquemos a sua capacidade de diálogo e compreensão pelas causas sociais, e por isso mesmo a sua particular devoção às Santas Casas e às suas causas.
Não nos devemos esquecer do legado que deixa à Igreja Portuguesa e à cidade do Porto em particular quando afirmou “Porto não é um monumento, é alma, vida e gente”, sendo um homem do diálogo permanente e de inclusão.
D. António foi um dos pilares fundamentais na defesa de vivência do ecumenismo, promoveu vários congressos, simpósios, jornadas e encontros, quer em Aveiro, quer na cidade do Porto, em verdadeiro espírito de fraternidade e de solidariedade no sentido de partilhar verdadeiros sentimentos de paz e harmonia para bem da Humanidade.
D. António, sendo um Homem de uma inteligência, sabedoria e cultura ímpares do nosso país, deixa um legado cultural e espiritual do Homem de uma fé inabalável na defesa das causas da Igreja pela preferência primordial pelos mais desfavorecidos da sociedade em que vivemos.
Em meu nome pessoal e, em nome dos órgãos sociais da União das Misericórdias Portuguesas, associamo-nos às cerimónias de exéquias de D. António, invocando Nossa Senhora da Misericórdia para que o acolha sob o seu manto protetor e o leve à presença do Salvador para que receba no reino celeste.
Honra e Glória em seu nome. Paz à sua alma. Deus o recompense.
Manuel de Lemos, Presidente do Secretariado Nacional da UMP.
Imagem: Agência Ecclesia