O Papa Francisco pediu aos católicos que preparem o Natal com atenção especial aos mais necessitados. “O crente é aquele que, através da sua proximidade ao irmão, como João, o Batista, abre caminhos no deserto, isto é, indica perspetivas de esperança, mesmos nos contextos existenciais imprecisos, marcados pelo falhanço e a derrota”, referiu.

A atenção aos mais carenciados é o que marca a atuação das Santas Casas ao longo de todo o ano e há mais de cinco séculos. Inspiradas pelas 14 obras de misericórdia, estas instituições procuram dar resposta a um dos principais apelos deixados pelo Papa: indicar perspetivas de esperança.

Ao longo de todo o ano também o jornal Voz das Misericórdias procura contar as histórias mais inspiradoras dessa esperança. Por isso, na edição de dezembro, marcada por iniciativas diversas de Natal, propusemo-nos ao exercício de contar as histórias que, no terreno, concretizam as obras de misericórdia.

São 14 obras e 14 exemplos de como as Santas Casas conseguem, mesmo em cenários de dificuldades políticas e financeiras, mobilizar pessoas, sensibilizar para a solidariedade e, sobretudo, acudir aqueles que menos recursos, materiais e imateriais, têm.

“A fé não é uma ‘decoração’ separada da vida, que surge apenas quando as nossas necessidades estão satisfeitas, quando o ‘estômago está cheio’; mas está imbuída no homem, em todo homem que tem fome, chora, luta, sofre e se pergunta ‘porquê?’”. As palavras são do Papa Francisco e com este trabalho queremos mostrar que também as obras de misericórdia não são um mero programa das Santas Casas.

As obras de misericórdia inspiram ações que, em todo o país, alegram corações e procuram, como recomendou o pontífice, superar “o desespero de quem não acredita numa saída, diante de tantas situações insuportáveis”.

Enquanto conteúdo programático, as obras de misericórdia inspiraram também a produção de peças artísticas variadas que hoje compõem o acervo de muitas Santas Casas. O património cultural é uma faceta indissociável da identidade dessas instituições e, por isso, procurámos mostrar como este acervo reflete o protagonismo dado à representação do ciclo da Natividade ao longo da história.

Com este apelo à solidariedade, à essência das festas natalícias e à identidade das Santas Casas encerramos o ano de 2018, desejando a todos que este Natal traga um futuro mais fraterno e solidário, com alegria e esperança.