As Misericórdias são detentoras de um vasto património que ao longo de séculos tem sido preservado e valorizado. A maior parte desse espólio das instituições é proveniente de legados e doações de beneméritos e preservá-lo é também preservar a história e a identidade das Misericórdias em Portugal.

No que respeita ao património edificado, além de igrejas e hospitais, são inúmeros os exemplos de edifícios cuja arquitetura reflete o desempenho das diversas atividades da irmandade, que eram de natureza administrativa, litúrgica, assistencial e funerária.

O património móvel das Misericórdias incluiu ainda pintura, escultura, ourivesaria, têxteis, mobiliário, equipamentos e utensílios, entre outras tipologias, tanto no domínio sacro como civil, e também um acervo arquivístico com livros de atas e compromissos, documentos de exceção como forais, bulas papais etc.

Importa ainda destacar que as Misericórdias são também responsáveis por um tipo de património que museus e arquivos não conseguem mostrar. São costumes e tradições que ajudam a manter viva e contextualizada a história dessas instituições. Este património imaterial preservado pelas Santas Casas inclui procissões, missas, cortejos de oferendas, tomadas de posse, entre outras.

Na atualidade, entre outras iniciativas, destaque para o projeto Arte Contemporânea, Viver Património e Museu Virtual das Misericórdias, assim como para os roteiros turísticos que estão a ser desenvolvidos, pelo Departamento do Património Cultural e pela Turicórdia, para valorizar o património das Misericórdias.

Outro projeto em curso é o inventário do património móvel das Misericórdias, que retomou em agosto de 2020 e já envolveu nesta fase cerca de 50 instituições. Desde o arranque da iniciativa, em 2000, foram inventariadas mais de 40 mil peças de 150 Misericórdias. A obra ‘Misericórdias: Património com Identidade’, editada em 2022 com financiamento POISE/Portugal 2020, surgiu no âmbito desta iniciativa. 

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