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- Manuel de Lemos | 'As Misericórdias celebram a vida e todos juntos vamos conseguir'
Caras Provedoras e caros Provedores:
As minhas primeiras palavras são para lhe agradecer a si, aos órgãos sociais e aos colaboradores da Santa Casa a que tão ilustremente preside, pelo esforço tão nobre que tem desenvolvido em prol dos mais frágeis do nosso país.
De facto, todos fomos surpreendidos por este vírus tão poderoso, tão letal, tão rápido na disseminação, que nos confundiu e assustou a todos. Ninguém estava preparado a nível global e naturalmente que Portugal também não estava.
Nas Misericórdias, porque de repente os mais incautos repararam em nós, como se não estivéssemos aqui, no nosso posto há mais de cinco séculos, estamos a reagir como sempre fizemos. Aplicámos os planos de emergência aconselhados pela DGS, acudimos às nossas urgências e sobretudo fechamo-nos para não deixar entrar o vírus e na generalidade até ao momento (salvo um caso ou outro em que fomos mais tolerantes, ou estivemos desatentos por um segundo e o vírus entrou), fomos capazes de controlar.
Daí termos desatado, com toda a razão, a solicitar EPI (equipamentos de proteção individual) e testes. Simplesmente em todo o mundo não há esse tipo de equipamentos para uma resposta à velocidade que necessitamos. O que aumentou a nossa angústia e acentuou a nossa impotência e o nosso desespero, porque cada idoso que nos morre é um pouco de nós que morre também.